sábado, 17 de abril de 2010

A importância de dormir - por Isabel Stilwell

Há coisas que, quando chegamos à minha idade, não percebemos como é que têm de ser ensinadas, de tão óbvias que nos parecem. Uma delas é a necessidade de dormir bem. Depois de anos com noites intercortadas pelo choro dos bebés, não há mãe nenhuma deste planeta que não passe a valorizar o sono como um bem de primeira necessidade. Os estudos indicam, no entanto que os adolescentes, mas também as crianças estão a dormir muito menos do que aquilo de que precisam, para um desenvolvimento físico e psicológico equilibrado, havendo uma percentagem significativa que dorme apenas cinco horas por noite. Num mundo em que as tecnologias não dormem, a tentação de fazer o mesmo é grande, tentação que ainda por cima escapa facilmente aos pais, sobretudo se o adolescente leva o telemóvel para o quarto, ou pior, tem lá a televisão ou a playstation.
E é exactamente porque escapa aos pais, que as escolas do País de Gales decidiram introduzir no seu currículo lições sobre dormir. Se os adolescentes não são sensíveis à ameaça das doenças que a privação de descanso podem induzir mais tarde, nomeadamente a depressão, diabetes e obesidade, já reagem positivamente às provas de que menos de dez horas de sono têm efeitos visíveis no seu desempenho académico e na sua capacidade desportiva. Falamos-lhes nos riscos do tabaco, do álcool e do excesso de comida, mas esquecemos-nos de lhes explicar para que serve o sono, indignam-se os especialistas, que desejam "reclamar a noite" para aquilo que ela foi inventada: dormir.

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